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Pará

 



 

Catedral Metropolitana de Belém

A beleza que encanta há séculos e faz da Igreja da Sé, a Catedral Metropolitana de Belém, um patrimônio arquitetônico, cultural e histórico.

 

Fechada para visitação desde 2005, quando teve início o projeto de reforma a Igreja da Sé, passou pela maior reforma feita no templo, desde a sua construção, em 1748, a partir de um projeto do arquiteto italiano Antonio José Landi.

 

 

Origem 

A catedral foi criada como Igreja Cathedral de Santa Maria de Bellem do Grão Pará, no coração da Cidade Velha, onde a cidade nasceu, com a chegada dos portugueses, em 1616.

 

Entre as preciosidades históricas existentes na catedral, destaca-se um órgão expedido pela oficina Aristides Cavaillé-Coll, de Paris, de inspiração italiana, similar ao da capela da Universidade de Coimbra, Portugal, que chegou em 1882. A catedral possui ainda telas do pintor Domenico de Angelis e é considerada Patrimônio Histórico e Artístico Nacional desde 1941.

 

Ao longo dos seus quase 238 anos, algumas mudanças foram observadas principalmente com relação às pinturas decorativas das abóbadas do salão dos pontificais, paredes e abóbadas dos átrios e corredores paralelos à nave. Foram encontradas camadas pictóricas do século XIX que estavam encobertas por pinturas contemporâneas, que agora poderão ser contempladas por todos.


Polifonia é a marca do carnaval paraense


 

 




O Carnaval do Pará destaca-se pela sua diversidade e originalidade. Conhecendo melhor a comemoração paraense descobrimos toda a vitalidade cultural de sua população, sempre pronta para inovar na folia. A felicidade e a receptividade dos locais com suas manifestações folclóricas é algo que emociona. Percebe-se que o paraense tem orgulho de sua identidade cultural, e deseja preservá-la, embora esteja sempre disposto a amalgamá-la com outros elementos, como o discurso ambientalista, por exemplo.

Na capital Belém podemos encontrar descontração na comemoração carnavalesca da Estação das Docas, que chega a reunir 30 mil pessoas durante o período. Mas, para quem aprecia assistir escolas de samba desfilando na avenida, as arquibancadas e camarotes da Aldeia Amazônica são os lugares indicados para passar o sábado de Carnaval.

Para quem deseja sair da capital, as cidades do nordeste paraense são uma boa opção. Uma festa concorrida é o “Carnarimbó” de Marapanim, que atrai, há mais de 10 anos, cerca de 80 mil pessoas para a cidade distante mais de 170 km da capital. A comemoração inclui desfile de blocos, escolas de samba e trios elétricos, tudo num ecletismo que valoriza as manifestações folclóricas características do Estado. A cidade também se orgulha de ser o maior polo divulgador de carimbó do Pará, sendo também a terra natal de Mestre Lucindo, um dos maiores precursores deste estilo musical. Além da diversidade da programação, a beleza natural do município, com destaque para as praias do Crispim e Marudá, atrai turistas de várias regiões paraenses e de todo o Brasil.

Outra manifestação cultural que desperta a atenção pelo inusitado é o bloco dos “Pretinhos do Mangue” de Curuçá, município do nordeste paraense, distante 130 quilômetros da capital. O surgimento do bloco ocorreu por acaso durante o carnaval de 1989, quando alguns amigos resolveram pegar caranguejo e surpreenderam-se com a falta dos crustáceos. Em protesto, eles desfilaram pela cidade com o corpo cheio de lama. Foi o início do bloco, que cresce a cada ano e, hoje, é incrementado com trio elétrico e pequenos carros alegóricos. As letras das músicas também procuram despertar a consciência ambiental das pessoas. A brincadeira tornou-se séria quando o grupo converteu-se em uma Organização Não Governamental (ONG) que luta em defesa do meio ambiente, desenvolvendo ações de tratamento e coleta de lixo.

Em São Caetano das Odivelas, município de 17 mil habitantes localizado a 100 quilômetros de Belém, a animação fica por conta do “Boi de Máscara”, blocos que são puxados sob o símbolo de um boi. Os mais tradicionais bois de máscara, o Tinga e o Faceiro, são também os arrastões mais disputados entre os nove blocos que participam. Há, inclusive, a exemplo dos famosos bois Garantido e Caprichoso, de Parintins (AM), uma disputa entre os participantes. Outro destaque da cidade são as suas bandas musicais. Aos domingos de Carnaval, a partir de 5h30, é costume a comunidade acordar ao som destas bandas, que percorrem as ruas da cidade durante uma hora, movimento conhecido como “Alvorada Musical”. A banda Rodrigues dos Santos, fundada em 24 de fevereiro de 1881, é a mais antiga da cidade e uma das mais antigas do Pará.


O Caribe brasileiro fica no Pará

 




A Vila de Alter do Chão, localizada a 30 km do município de Santatém, é uma das praias mais conhecidas do estado do Pará, ganhou reconhecimento internacional quando, em abril do ano passado, o jornal inglês The Guardian publicou uma lista com as 10 melhores praias do Brasil. No meio de tantas maravilhas espalhadas por cerca de oito mil quilômetros de litoral, Alter do Chão, que também recebeu a visita do Príncipe Charles em março de 2009, ficou em primeiro lugar, à frente de paraísos como Fernando de Noronha, em Pernambuco, e Jericoacoara, no Ceará.

A praia de Alter do Chão fica às margens do rio Tapajós. O melhor período para visitar a região é de abril a setembro, quando o volume de água diminui e surgem várias faixas de areia. O jornal inglês classifica a praia como uma “resposta da selva ao Caribe”, fazendo alusão ao “Caribe brasileiro”, como a praia santarena é conhecida pelos paraenses.

Com 249 anos de fundação, a vila de Alter do Chão tem seis mil habitantes e, como boa parte das vilas e cidades do oeste paraense, carrega no nome a influência da colonização portuguesa, presente na denominação de Santarém (município onde está Alter do Chão), e de cidades próximas, como Óbidos e Alenquer.

Alter do Chão atrai a curiosidade principalmente de turistas estrangeiros, que ali desembarcam de luxuosos navios para conhecer a história, a culinária e o artesanato locais, e desfrutar das águas cálidas do rio Tapajós.

Palco da Festa do Sairé

Em setembro, Alter do Chão é palco da festa do Sairé, a mais antiga manifestação popular da Amazônia que deve atrair 100 mil pessoas para o lugar.

A festa remete aos tempos da colonização do Brasil. Acontece quando as águas verdes do apajós baixam e o povoado se torna uma típica vila de veraneio, com praias belíssimas. No primeiro dia de festa, mastros decorados com flores e frutas são fincados na areia da ilha, que se forma no período da seca, na principal praia de Alter-do-Chão, repetindo o que faziam os índios para saudar os portugueses.

A festa do Sairé é composta por dois elementos: o religioso, com cerimônias e rituais, e o profano, com atrações culturais e danças típicas, culminando com a tradicional competição dos botos Tucuxi e Cor-de-Rosa, um espetáculo de criativas fantasias e gigantescas alegorias que encenam a morte e ressurreição dos botos, em uma arena chamada de Sairódromo.

Na segunda-feira, último dia do Sairé ocorre a “varrição da festa” com a derrubada dos mastros que, segundo a tradição, todo aquele que conseguir apoderar-se de uma das frutas com as quais foram decorados os mastros, além de ter o prazer de degustá-la, terá muita sorte. Em seguida, é servida a “cecuiara”, um delicioso almoço de confraternização com pratos típicos da cozinha paraense à base de peixes da região. A programação termina à noite, com a festa dos barraqueiros. 

Mangal das Garças

O maior parque amazônico em pleno centro histórico de Belém do Pará

Em janeiro, a cidade de Belém (PA) comemorou os cinco anos de inauguração do Parque Ecológico Mangal das Garças. Debruçado sobre o Rio Guamá, o parque oferece ao visitante um pedaço da floresta amazônica dentro do centro histórico da cidade.

O ambiente é o primeiro do gênero na Região Norte e é apontado como o maior parque amazônico da América do Sul. Além de oferecer ao visitante um contato direto com o ecossistema da floresta, o Mangal cumpre um importante papel na preservação ambiental, sobretudo por incentivar a reprodução em cativeiro de guarás, colhereiros, beija-flores e cisnes negros, e também por abrigar animais resgatados de cativeiros clandestinos apreendidos pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Em 40 mil m² de área, o complexo do Mangal reproduz a diversidade da flora paraense - matas de terra firme, matas de várzea e campos. O parque também abriga diversas espécies, principalmente aves nativas. O Viveiro dos Pássaros conta com cerca de 150 animais, de 35 espécies, com destaque para o beija-flor negro, a primeira reprodução em cativeiro na América Latina. Já o borboletário José Márcio Ayres reúne cerca de mil borboletas.

Os visitantes também têm a chance de subir a 47 metros de altura, na torre-mirante do Mangal, que oferece dois níveis de observação com vista para toda a capital paraense. No espaço do antigo estaleiro, os visitantes podem comprar jóias e artesanato, produzidos no Pólo Joalheiro de Belém, e comer a típica comida da culinária paraense em um elegante restaurante. Pará conta com três novas estâncias turísticas

Com a intenção de estimular o turismo, o governo do Estado do Pará concedeu aos municípios de Juruti, Igarapé-Açu e Vitória do Xingu o título de estâncias turísticas. As três regiões dotadas de belezas e recursos naturais passam a poder receber aportes financeiros específicos para investimentos em turismo e com isso proporcionar melhores condições aos turistas que as visitam. Dotadas de belas praias, as cidades são atrativas não somente durante o verão amazônico, que começa em julho e vai até novembro, mas durante todo ano com festas tradicionais que resgatam a cultura local.

O município Juruti (oeste) com 35 mil habitantes está situado à margem direita do rio Amazonas, a 848 quilômetros de distância da capital, Belém. Entre suas belezas naturais estão os lagos Jará e Preto, além das belas praias de areias claríssimas de Juruti Velho. A cidade é palco em julho do Festival das Tribos, uma festa da cultura indígena amazônica onde as tribos Muirapinima e Munduruku retratam a cultura indígena através de musica, artes cênicas, alegorias e danças. Para chegar a Juruti partindo-se de Santarém, são necessárias 12 horas de viagem por via fluvial ou 30 minutos de avião e mais quatro horas de ônibus. De Belém, são quatros dias de navio e uma hora de avião.

Igarapé-Açu (nordeste do estado) fica a 117 quilômetros de Belém e tem grande parte de suas atrações turísticas nas belezas naturais de suas praias e igarapés. Também é forte a tradição das festas religiosas, cujo calendário se inicia em 20 de janeiro com a Festa de São Sebastião, o santo padroeiro do município e seguem ao longo do ano. As comemorações iniciam com missa e procissão, seguidas de novenas, arraial e apresentações de Bois-Bumbá e Carimbo. No mês de julho festeja-se Nossa Senhora do Carmo e São Luiz. Já em dezembro, ocorre a Festa de Nossa Senhora da Conceição. Também faz parte da cultura da cidade de pouco mais de 35 mil habitantes as apresentações de Bois-Bumbás e Carimbó.

Vitória do Xingu é o menor dos três municípios com 10 mil habitantes. Fica localizada a sudoeste da capital, a 944 quilômetros de Belém. Banhada pelo rio Xingu, possui várias praias fluviais e é bastante procurada para a pesca. De setembro a novembro, o ocorre o VIT - Sol, um festival de verão com música e desfiles que atrai 10 mil pessoas de todo o Brasil em busca das praias mais bonitas do rio Xingu.

Museu do Círio de Nazaré é reinaugurado em Belém

No dia 12 de janeiro, data em que Belém completou 394 anos de fundação, o Governo do Pará reinaugurou o Museu do Círio de Nazaré, que reúne peças presentes em uma das maiores manifestações religiosas do país. O Museu do Círio reabriu suas portas em novo espaço com acervo permanente composto por 1600 peças, além de mais 1200 peças avulsas. Os objetos trazem à tona a história do Círio de Nazaré em seus diversos aspectos: religioso, social, econômico, cultural e antropológico.

O projeto expográfico de revitalização, que utiliza mídias eletrônicas e imagens fotográficas, permite ao visitante conhecer como é realizada a festividade ao longo da história. Estão expostos vídeos educacionais sobre a importância da cultura manifestada no Círio como o artesanato feito de miriti – espécie de palmeira amazônica – e as festas como a Festa da Chiquita, o Arraial do Pavulagem e o Parque de Diversão que complementam com cores e sons a festa religiosa.

Segundo o diretor do museu, Jeam Carlos Lopes, a reformulação expográfica atende às recomendações do Iphan - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, quando declarou o Círio como patrimônio nacional. "O que a exposição do museu pretende mostrar é que o Círio, além de uma manifestação religiosa, é uma manifestação popular, seja na cultura, na culinária, e nas relações sociais do povo paraense", afirmou.

 

A exposição é uma realização do Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (Secult) e Sistema Integrado de Museu e Memoriais (Sim) e Museu do Círio.

Local: Museu do Círio – R. Padre Champagnat s/n, Cidade Velha, Belém do Pará.


Ver-o-Peso completa 383 anos 

Diariamente milhares de pessoas visitam o mercado que oferece desde alimentos típicos a ervas milagrosas

O sol ainda nem nasceu e o dia já está agitado no Ver-o-Peso, símbolo máximo da capital paraense e patrimônio histórico nacional. Em torno do mercado, a movimentação na maior feira livre da América Latina começa ainda na madrugada, com o descarregamento dos produtos que serão comercializados, vindos de municípios do interior do Pará e até de outros Estados. Às margens da Baía do Guajará, o Ver-o-Peso completa 383 anos de existência. A grande feira faz parte de um complexo arquitetônico e paisagístico formado, ainda, pelos Mercados de Ferro e de Carne, pelas Praças do Relógio e do Pescador, pelo Solar da Beira e pela Feira do Açaí, compreendendo uma área total de 35 mil metros quadrados.

Os números do Ver-o-Peso impressionam. Cerca de 1,3 milhão de reais são injetados diariamente na economia paraense com a comercialização de frutas, verduras, peixes, mariscos, aves vivas, farinhas, ervas, artesanato e importados, entre outros. Estima-se que mais de 5 mil pessoas trabalhem na feira do Ver-o-Peso nas mais de 1.250 barracas existentes e que o fluxo total de pessoas que circulam no complexo chegue a 50 mil por dia.

Culinária - Os ingredientes para os pratos típicos da culinária paraense estão todos lá: a maniva, folha da mandioca brava da qual se faz a maniçoba; o pato para o preparo do pato no tucupi; o tucupi, que dá vida a diversas receitas regionais; o jambu, erva de sabor exótico; e muitos outros. No Mercado de Peixe, piramutaba, filhote, pescada amarela, pirarucu e diversos outros pescados de águas doce e salgada. Na feira, também é possível adquirir pratos prontos. No setor de alimentação, o peixe frito acompanhado do tradicional açaí é um dos mais pedidos pelos visitantes.

História - O espaço foi construído no século XVIII para ser um posto de fiscalização e tributos, o que incluía a verificação do peso dos produtos – daí o surgimento do nome Ver-o-Peso. A arquitetura é marcada pelos estilos neoclássicos, com luxuosas peças de ferro e gradil vindas da Europa, herança do apogeu econômico do ciclo da borracha na Amazônia. Por sua importância cultural, histórica e arquitetônica, o lugar foi escolhido uma das sete maravilhas do Brasil, em votação popular realizada no ano de 2008.

Naturalmente, a feira é destino certo de turistas brasileiros e estrangeiros durante o ano todo. Em visita pela segunda vez a Belém, o administrador carioca Cláudio Xerfan se disse encantado com o lugar. “Eu acho o Ver-o-Peso um mercado muito legal, que busca as raízes do Pará e traz para o turista tudo o que ele procura”, disse. A capixaba Maria das Graças Côco foi a Belém para o casamento da sobrinha, mas não perdeu a chance de conhecer o Ver-o-Peso. “Dá de mil a zero nas nossas feirinhas”, disse a aposentada, bem-humorada. Ela volta para o Espírito Santo levando consigo pratos decorativos, ervas e perfumes como lembrança.

O setor de ervas medicinais e essências da Amazônia é um dos pontos mais procurados. Óleos vegetais como andiroba e copaíba são alguns dos produtos com maior saída, mas a feirante Eliana Carvalho garante que as misturas para o tradicional banho de cheiro são muito solicitadas, especialmente em épocas de São João e Ano Novo. “A ‘chama da felicidade’ é um banho atrativo, que traz coisas boas como paz e felicidade. E tem também banho para tirar inveja e olho gordo”, afirma Eliana, deixando a dica para aqueles que ainda não experimentaram o famoso e místico ritual.

Os belenenses que freqüentam o Ver-o-Peso garantem que não há lugar melhor para se comprar produtos variados, frescos e de boa qualidade. Casados há 38 anos, Vicente e Helen Freire vão uma vez ao mês ao espaço para passear e abastecer a cozinha com o que mais gostam: camarão, jambu, tucupi e frutas regionais. “É o cartão-postal da nossa cidade. E não existe outro lugar no mundo como o Ver-o-Peso”, garante seu Vicente.

O casal de turistas mineiros Frederico Nunes e Letícia Motta concorda: “Estamos adorando os atrativos regionais, a arte marajoara, as ervas e como vocês expõem bem a cultura de vocês. Estamos até levando tucupi para tentar reproduzir a cidade, já que a gente nunca comeu tão bem”, garante Frederico. E se despede, dizendo: “Só temos elogios a Belém. Vamos voltar, com certeza”.