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Pernambuco

 

IGARASSU 

 

 

 


Igreja de Santos Cosme e Damião, Convento Santo Antonio, Igreja do Livramento e São Sebastião (Imagens: Antonia Feitoza)

De nome de origem indígena que significa canoa grande, segundo registros, pesquisas e historiadores Igarassu foi o primeiro local que se povoou no estado de Pernambuco. Em 1516, por ordem do Rei de Portugal D. João III, o Navegador português Cristóvão Jacques fundou no Sítio dos Marcos a feitoria de Pernambuco (doada ao fidalgo Duarte Coelho), onde ocorreram os primeiros contatos com os índios que ali habitavam.

 

Neste Sítio, em 09/03/1535, Duarte Coelho desembarcou para tomar posse de sua Capitania. Porém, só em 27 de setembro de 1535 após uma vitória dos portugueses sobre os índios Caetés que a cidade foi fundada. Nessta ocasião, por ordem do Capitão Afonso Gonçalves num voto de graça, ali construiu uma capela e que por ser dia consagrado aos Santos Cosme e Damião, recebeu o nome dos mártires. Hoje considerada a igreja mais antiga do Brasil.

 


Aspectos da cidade e Convento Sagrado coração de Jesus (Imagens: Antonia Feitoza)

Igarassu foi elevada a categoria de vila no ano de 1564. Pernambuco por sua importância econômica, política e estratégica foi alvo de cobiça e invasões. Inicialmente Recife e Olinda, em seguida os invasores partem para Igarassu. Em 01/05/1632 guiados por Calabar e sob o comando do Coronel Deiderick van Weanderbuch os holandeses invadem, atacam e saqueiam a vila dos Santos Cosme e Damião que nesta época era a segunda mais importante da Capitania. Numa das quatro telas da coleção votiva aos Santos (que pode ser vista na Pinacoteca do Convento Santo Antonio) é retratado este trágico episódio, quando a população se encontrava na capela dos Santos Mártires, foram atacada e milagrosamente receberam a proteção dos seus padroeiros.

 

Quando a Cólera Morbus atacou o Brasil, chegando a Recife em 1856, foi o médico sanitarista filho da cidade de Igarassu: Dr. Cosme de Sá Pereira, que conseguiu acabar com a epidemia. 

A cidade fez parte do roteiro para visitação de D.Pedro II, que ocorreu em 05/12/1859. Em 10/10/1972 para proteger e preservar seu acervo e conjunto arquitetônico foi tombada pelo IPHAN. D
iariamente turistas visitam a cidade e seus atrativos que são testemunhos da história do Brasil.
 


ITAMARACÁ

 

A Ilha de Itamaracá: um convite ao lazer

 

 


Forte de Orange construído pelos holandeses em 1631. (Imagens:Antonia Feitoza)

O Rei de Portugal D. João III na intenção de proteger e colonizar as terras brasileiras criou e doou as Capitanias a fidalgos portugueses. Destas, a Capitânia de Pernambuco em 10/03/1534 foi doada a Duarte Coelho e em 01/09/1534 a Capitania de Itamaracá, para Pero Lopes de Souza.

A ilha de Itamaracá está localizada a 47 Km da cidade de Recife, estado de Pernambuco. Os indígenas que ali viviam , inspirados pelo som das ondas quebrando nas pedras dos arrecifes de sua costa a nomearam de Itamaracá: Pedra que canta. 

Separada do continente pelo Canal de Santa Cruz, é  através da  Ponte Getulio Vargas - construída em 1940 que tem a sua ligação à cidade de Itapissuma. O turismo em forte desenvolvimento é a principal atividade econômica explorada, seguida pela pesca e o artesanato. No local se encontram atrativos naturais, culturais e históricos que encantam a todos que a visitam. Como suas praias de águas claras e mornas, a ilhota Coroa do avião, e ainda as marcas dos primeiros passos da colonização portuguesa no Brasil,  como a Vila Velha (antiga Vila de Nossa Senhora da Conceição de Itamaracá). Sendo que da ocupação holandesa no período de 1630 a 1654,  o mais famoso é o Forte de Orange.

Itamaracá foi tema de várias músicas brasileiras, mas foi com o ritmo da ciranda que se tornou ainda mais famosa. Lia, nativa da ilha  foi responsável por difundir  a dança de forma nacional e internacional.
 
Estão funcionando na ilha duas penitenciárias, sendo uma de regime semi-aberto e a outra de segurança máxima. Cujos prisioneiros desenvolvem a agricultura e o artesanato. Ambas não provocam danos ao turismo ou interferem na rotina dos habitantes.

 

 

O FORTE DE ORANGE

 

 

 

A fortaleza foi construída pelos holandeses em 1631 e seu nome é uma homenagem a Casa de Orange do Reino dos Países Baixos ou Holanda como é conhecida atualmente. Por sua localização estratégica, foi muito utilizado pelos holandeses durante sua ocupação ao nordeste brasileiro. No governo do Conde Mauricio de Nassau recebeu intervenções e melhorias. Se tornou prisão a frades católicos, suspeitos de se opor a expansão calvinista. 

Por duas tentativas os brasileiros e portugueses tentaram retomar o forte, devido à resistência, apenas na segunda obtiveram sucesso. Após a expulsão dos holandeses,  o forte passou a ser nomeado de Fortaleza de Santa Cruz de Itamaracá, porém até os dias atuais permanece conhecido por Forte de Orange. 



Após a expulsão dos holandeses,  o forte passou a ser nomeado de Fortaleza de Santa Cruz de Itamaracá. (Imagens: Antonia Feitoza)

Sofreu algumas restaurações, na perda de sua importância estratégica foi abandonado, tomado por arbustos e assaltado por vândalos e marginais. Sua sorte mudou na década de 70 quando o Exército fez uma diligência para limpeza e manutenção visando uma possível nova restauração do local. Para isto convocou 39 presidiários que cumpriam pena na penitenciária da Ilha de Itamaracá. Dentre um destes estava o Sr. José Amaro, sendo este o atual administrador do forte. 

Novas informações sobre o forte foram descobertas nas escavações arqueológicas desde 1970 envolvendo diferentes órgãos do Brasil e da Holanda. Para saber mais, acesse: www.magmarqueologia.pro.br 

 

 

JOSÉ AMARO – O GUARDIÃO DO FORTE DE ORANGE

 

 


José Amaro - O guardião do Forte de Orange (Imagem: Antonia Feitoza)

Em 1970, José Amaro de Souza Filho chegou a Penitenciária do Recife e no ano seguinte foi transferido para Penitenciária Agrícola de Itamaracá. Perdeu sua liberdade em punição por um homicídio. Poderia estar condenado a marginalidade, não fosse os anos no cárcere tempo para reflexões e transformações extremamente positivas que o tornaram hoje um exemplo de vida. 

O tempo para quem não está em liberdade parece muito mais longo. Para amenizar esta espera e como terapia, passou a criar esculturas em madeira e artesanatos. Sua arte foi estendida em aulas para alguns companheiros dentro da prisão e juntos criaram uma cooperativa para o comércio das peças produzidas. As vendas destes produtos garantiam o sustento as suas famílias. Seu bom comportamento garantia a participação em diversas exposições no Brasil. 

Durante o cumprimento de sua pena, certo dia José Amaro junto a outros companheiros foram convocados pelo Exército brasileiro para um trabalho de manutenção do Forte de Orange. O local o inspirou ao desejo da liberdade, de cuidar e viver naquele espaço. O sonho só veio a se concretizar dez anos depois. Conforme sua solicitação, em 1980 recebeu do Exército a autorização para manutenção contínua do forte. Assim por treze anos consecutivos os recursos para a limpeza e manutenção do forte vieram exclusivamente da venda dos artesanatos por ele produzido e pela cooperativa dos artesãos presidiários. 

Por uma promessa e em agradecimento por atingir seu sonho José Amaro se enclausurou por um ano no forte usando uma bola de ferro (bala de canhão) presa a uma corrente atada a seu pé direito.

Criou a ONG Fundação Forte de Orange que administrou e preservou o forte no período de 1991/98, porém em 1998 a 2004 passou a ser administrado pela Fundação de Apoio ao Desenvolvimento da Universidade Federal de Pernambuco. A partir de 2004 retornou a ser administrado pelo seu Guardião. Quem ganhou com esta ação foi o forte que esteve por muito tempo abandonado sendo revitalizado e a ilha, pois o monumento passou a receber turistas de diversas procedências.

José Amaro que era viúvo e com um filho do primeiro matrimônio, se casou-com Neli que é sua fiel colaboradora e administradora da loja de artesanatos do forte. Juntos tiveram mais três filhos. Este homem simples em 2003 recebeu em visita ao forte a Rainha Beatrix, o Príncipe Willer Alexander e sua esposa Princesa Máxima da Holanda. Por sua dedicação ao forte recebeu uma homenagem Especial da Presidência do IPHAN - Instituto do Patrimônio histórico e Artístico Nacional. Se tornou um exemplo para todos e é parte da história do monumento histórico Forte de Orange.

Quer saber mais, acesse: www.guardiaodoforte.hpgvip.ig.com.br 

RECIFE

 

TEATRO DE SANTA ISABEL ABRE AS PORTAS AOS DOMINGOS

As visitações são gratuitas e podem ser guiadas por profissionais bilíngues para grupos de até 50 pessoas

Domingo está se transformando num ótimo dia para os recifenses fazerem turismo na própria cidade. Uma prova disso é a abertura de um dos principais cartões postais da cidade, o Teatro de Santa Isabel, aos domingos, para visitação guiada voltada à população recifense e aos turistas. As portas do teatro estão abertas desde o último domingo (4/10). Para o secretário de Turismo da Prefeitura do Recife, Samuel Oliveira, a ação reflete a ideia dos recifenses descobrirem a cidade, já que o turista quer estar onde o morador está.

“O Santa Isabel não é apenas um teatro. É um monumento que retrata a história da cidade”, completou Oliveira. Segundo a diretora do teatro, Simone Figueiredo, essa é uma maneira de divulgar o espaço para a população, pois poucos o conhecem e sabem que é um patrimônio tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

As visitas para grupos de até 50 pessoas são guiadas por técnicos e estagiários da Secretaria de Turismo do Recife, que receberam capacitação da administração do teatro, sendo todos bilíngues. A entrada é gratuita e aberta ao público. A cafeteria do teatro também fica aberta para atender os visitantes. E, de acordo com Simone, está em planejamento a programação de atrações culturais durante as visitas.

 

Conheça o teatro monumento




Localizado no extremo norte da Ilha de Santo Antônio, entre as margens do Rio Capibaribe e de frente à Praça da República, o Teatro de Santa Isabel é um dos 14 teatros monumentos do País, reconhecido como Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em 1949. Em seus 159 anos de história, o teatro foi palco de grandes óperas, dramas, concertos, comédias, solenidades cívicas e políticas, bailes festas e jantares. Durante o período de construção, ele era chamado de Teatro de Pernambuco, mas, em 1850, passou a ser conhecido como Teatro de Santa Isabel devido a uma homenagem à Princesa Isabel, filha do Imperador Pedro II que fez uma visita ao Estado.

A primeira peça apresentada foi “O Pajem de Aljubarrota”, do escritor português Mendes Leal. O projeto do teatro é do engenheiro francês Louis Léger Vauthier. Em 1869, o Santa Isabel passou por um incêndio, que destruiu sua estrutura. A reconstrução foi concluída em 1876, obedecendo ao projeto do engenheiro pernambucano José Tibúrcio Pereira de Magalhães, que manteve a parte externa do edifício e ampliou seu interior. Durante sua existência, o teatro passou por três reformas. Na mais recente obra, com duração de dez anos, foram investidos R$ 8,5 milhões, para restauração da arquitetura original e implantação de novos recursos tecnológicos.

 

Palácios e praça

 

Depois de visitar o Teatro de Santa Isabel, o recifense e o turista poderão aproveitar que o Palácio Campo das Princesas está aberto aos domingos. O edifício foi construído entre os anos de 1839 e 1841 na gestão do governador Francisco Rego Barros, o Conde da Boa Vista. O palácio ficou conhecido com esse nome depois da visita da família imperial em 1859. Foi ampliado e reformado em governos posteriores nos anos de 1892-1896 e 19260-1930. No local, o visitante se depara com magníficos vitrais, na subida da grande escadaria, até chegar aos Salões da Bandeira e dos Banquetes, onde há móveis ecléticos herdados dos antigos governadores. Na parte externa, tem o jardim privativo (século 19) com enormes palmeiras e reformado pelo paisagista Burle Marx em 1937.

 

No fim das visitas, hora de descansar na Praça da República. O local foi, em 1642, primeiro horto zoobotânico do Brasil, construído pelo Conde Maurício de Nassau dentro do Palácio de Friburgo. O palácio foi demolido em 1769 e a praça recebeu os projetos de ajardinamento de Émile Béranger (1875) e de Burle Marx (1937). A praça possui oito estátuas que representam divindades clássicas da mitologia greco-romana e os postes de iluminação são esculturas de ferros.

 

É da praça que importantes ruas e avenidas do Recife têm início, como a rua do Imperador Dom Pedro II e a avenida Dantas Barreto. Da praça, o visitante também pode desfrutar da beleza arquitetônica do Palácio da Justiça, projeto do arquiteto italiano Giácomo Palimbo, inaugurado em 1930.

 

Serviço:

Teatro Santa Isabel

Horário: Das 14h às 17h

Mais informações: 3207.6161

 

Palácio Campo das Princesas

Horário aos domingos: Das 10h às 12h e das 14h às 16h

Mais informações: 3181.2281/2260